Secom e BR Distribuidora defendem gastos com publicidade
Fernando Rodrigues
O Blog contatou a Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República) e a BR Distribuidora a respeito de suas políticas de propaganda.
Eis as informações prestadas para as perguntas enviadas pelo Blog:
SECOM
Em valores corrigidos, o governo federal gastou, ao longo dos 4 anos do 1º mandato de Dilma Rousseff (2011-2014), R$ 9 bilhões em publicidade (administração direta + indireta). É 22,6% a mais do que gasto nos 4 anos do 2º mandato do ex-presidente Lula (2007-2010) na mesma rubrica. E 52,9% maior que as despesas com publicidade no 1º mandato Lula (2003-2006). Por que foi necessário, no 1º governo Dilma, elevar em 22,7% os gastos com publicidade em relação ao mandato anterior?
A média de investimentos do primeiro mandato do Governo Dilma manteve-se próxima a média de investimentos dos últimos dois anos do Governo Lula (aumento de apenas 6%).
O aumento do investimento nos últimos dois anos do governo Lula, deveu-se principalmente ao início de contrato publicitário do Ministério das Cidades com recursos significativos, que passou a realizar prioritariamente campanhas de utilidade pública de prevenção aos acidentes de trânsito, além de aumento de outras ações de utilidade pública de demais órgãos (Saúde, Turismo, etc).
O investimento de estatais que concorrem no mercado também apresentou crescimento no período, respondendo principalmente à atuação de empresas concorrentes em seus segmentos. Vale salientar que o este investimento correspondeu a 64,5% do total realizado pelo Governo Federal no primeiro mandato da Presidenta Dilma.
Os valores executados pela SECOM, através de seus contratos de publicidade, que executa campanhas de prestação de contas e de utilidade pública, não sofreram substancial alteração, tendo inclusive atingido em 2014 seu menor valor nos últimos 7 anos
Ao final do 2º mandato do governo Dilma, a perspectiva é que, na soma dos 4 anos (2015-2018), o gasto com publicidade seja igual, maior ou menor do que o do 1º mandato, em valores corrigidos?
Ainda não há como prever, pois tal execução depende do desempenho orçamentário.
O ajuste fiscal do governo atingirá também os gastos com publicidade em 2015? Caso positivo, qual será o tamanho do corte –nas administrações direta e indireta?
O contingenciamento segue o critério estabelecido pelo decreto nº 8.456, de 22 de maio de 2015.
Qual critério orienta as decisões da Secom para escolher a agência de publicidade e o veículo no qual a propaganda será veiculada?
O processo de seleção de agências para condução de campanhas e ações publicitárias da SECOMestá descrito em seu manual de procedimentos e é feito em função dos recursos estimados para realização de cada ação, de acordo com a metodologia adotada neste procedimento e em sintonia com os princípios da economicidade, da eficiência e da razoabilidade (item 5 do manual).
Quanto aos critérios técnicos de planejamento, seleção e negociação dos meios e veículos, deve-se esclarecer que são utilizados os critérios constantes da Seção IV – Dos critérios Técnicos de planejamento e negociação de mídia, da Instrução Normativa SECOM nº 7/2014, de 19 de dezembro de 2014. A norma orienta a utilização de pesquisas e dados técnicos de mercado para identificar e selecionar a programação mais adequada, conforme as características de cada ação publicitária, além de orientar para realização de programações abrangentes sempre que existirem outros veículos do mesmo segmento com situação regular no Cadastro de Veículos da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Midiacad).
A instrução normativa e o manual estão disponíveis no site secom.gov.br.
Em 2014, a receita da Record com União cresceu 8%; na Globo, caiu 9%. Há algum motivo específico que justifique essa evolução?
Esta SECOM não possui dados finalísticos de pagamentos a veículos de comunicação realizados por todos os órgãos do Governo Federal que possam confirmar esta informação. Tais informações só podem ser obtidas por solicitação direta e individual a cada órgão.
Controle de planejamento de ações desta SECOM, a partir de dados enviados pelos órgãos, que considera os espaços publicitários adquiridos e utilizados para veiculação em 2014, indica que houve uma retração média de 5% na participação nas duas emissoras em relação a 2013.
Vale salientar que a base de dados do IAP é constituída a partir dos Pedidos de Inserção que lhe foram fornecidos voluntariamente por agências de propaganda contratadas por integrantes da administração direta e indireta do Poder Executivo Federal.
Tal metodologia de apuração pode suscitar inconsistências de informação ou falhas em dados dos veículos, todas de integral responsabilidade do Instituto responsável pela consolidação das informações.
Os dados de PI ali considerados também podem trazer valor total relativo à compra de espaços publicitários em diferentes anos, ou seja, de projetos iniciados em um ano e finalizados nos seguintes. Assim, podem não representar adequadamente os espaços adquiridos e utilizados no período.
Por estas razões, quando a SECOM utiliza os dados do IAP em estudos e divulgações, são previamente checados e falhas evidentes são devidamente ajustadas.
BR DISTRIBUIDORA
Em 2014, a BR Distribuidora gastou R$ 105 milhões em publicidade, 46% a mais que em 2013 (R$ 72,1 milhões), em valores corrigidos pelo IGP-M. De 2012 (R$ 57,7 milhões) para 2014, a despesa subiu 82%. Qual o motivo para essa alta expressiva?
Em 2014, tivemos o lançamento da gasolina aditivada Petrobras Grid. Esse lançamento teve como objetivo posicionar o produto na linha de combustíveis aditivados, bem como gerar grande visibilidade para atrair consumidores da gasolina comum e também de outras bandeiras. A BR realizou investimento de porte neste lançamento, adequado às estratégias de marketing da companhia. Principalmente com essa ação, a BR conseguiu se posicionar com visibilidade necessária diante da concorrência.
Qual critério orienta as decisões da BR para escolher a agência de publicidade e o veículo no qual a propaganda será veiculada?
As agências que prestam serviço à Petrobras Distribuidora são contratadas através de processo licitatório, na modalidade ''Concorrência Pública'', tipo Melhor Técnica e Preço. O processo segue todos os trâmites legais, e também a orientação da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (SECOM), com base na Lei 12.232, de 29 de abril de 2010.
A escolha dos veículos nos quais as propagandas são veiculadas se dá através de diversos critérios técnicos, como: estratégia de marketing, verba disponível, público-alvo e abrangência da ação, além de audiência e afinidade dos meios com os públicos que a BR pretende atingir. Também usamos os recursos de pesquisas internas e de mercado para nos auxiliar na estratégia de mídia. Toda a mídia da BR é submetida à validação da SECOM e segue a Instrução Normativa SECOM-PR Nº7, de 19 de Dezembro de 2014.
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